Fractais, uma visão de “processo”?
“Quanto maior a multidão e
maior a anarquia aparente, mais perfeita é sua variação. É a lei suprema
da desrazão. Em qualquer lugar onde uma grande amostra de elementos caóticos
seja colhida e escalonada segundo a sua magnitude, uma forma de regularidade
insuspeitada e das mais belas prova ter estado latente todo o tempo. Os pontos
mais altos da fileira escalonada formam uma curva harmoniosa de proporções
invariáveis; e cada elemento, ao ser posicionado, encontra como que um nicho
predeterminado, cuidadosamente adaptado para contê-lo.” Francis Galton.
Estamos falando em distribuição normal. Sabemos que processos
variam mais ou menos 03 desvios padrões sempre, e esse princípio nos orienta a
entender variações, criar processos novos e entender tolerâncias.
Francis Galton (1822-1911) (KEYNES, 1993; GILLHAM, 2001) nasceu
em Sparbrook, na Inglaterra e era primo
de Charles Darwin. Estudou medicina influenciado pelos pais, mas veio
a abandoná-la após terminar o curso. Assim como seu primo, era um viajante
entusiasta, tendo sido inclusive premiado pela Sociedade Geográfica Real e pela
Sociedade Geográfica Francesa por seus
estudos cartográficos na região da atual Namíbia.
Em 1873-1874, Galton projetou um curioso aparelho experimental
conhecido como "quincunx" também conhecido como Galton´s board
(placa ou jogo de Galton). Essa máquina era um engenhoso modelo físico da
teoria dos erros, a qual ele acreditava ser aplicável a muitos fenômenos no
campo da Biologia e da Física. Encerrada atrás de um vidro, havia uma seção
transversal de um funil que se abria para um arranjo de pinos de metal
dispostos a intervalos iguais, com compartimentos verticais abaixo dos pinos.
Ao cair pelo funil, os chumbinhos de espingarda (ou bolinhas) se
distribuiriam, aleatoriamente, para a direita ou para a esquerda pelos espaços
entre os pinos que representavam, na teoria de Galton, as perturbações
aleatórias independentes da natureza. No final do processo, eles se acumulavam
nos compartimentos inferiores em pilhas que lembram uma curva normal.
Esse dispositivo ajudou, e nos ajuda até hoje, a entender como
os processos variam.
Vivemos em um mundo no
qual usamos a estatística como tentativa de matematização da
aleatoriedade, de forma a nos aproximar do objeto do conhecimento que, neste
caso, é constituído por todos os fenômenos como os observados no “quincunx” que
se devem ao acaso e apresentam características randômicas. Essa matematização
evoluiu ao longo da história e hoje temos estudos como o dos fractais.
Por que falar de fractais?
Normalmente temos nossa mente focada no momento, no pequeno, e
as novas fronteiras da ciência nos fornecem subsídios para sonhar e criar,
transformando nossas atividades de melhoria contínua em um exercício de
raciocínio e criatividade.
Bom, conversei bastante e deixo esse link com uma explicação
sobre o que são os fractais. Até semana que vem! Abraço
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