Mundos pequenos
Em estatística trabalhamos conceitos de probabilidades, e eu sempre
utilizo exemplos que trazem “essas probabilidades” para o nosso dia a dia.
E
com a realidade das redes sociais, a ideia de “mundos pequenos” é sempre
interessante como exemplo de probabilidade.
É
atribuída ao escritor húngaro Frigyes Karinthy (Budapeste 24 de Junho de 1887 — Siófok, 29 de Agosto de 1938) a primeira referência à Teoria dos seis graus de separação, que surge no
texto com o nome original 'Cadeias', incluído na sua coleção de pequenas
histórias 'Tudo é diferente' publicada em 1929.
O
personagem desta obra tenta, por
meio de vários exemplos, mostrar que as pessoas estão ligadas por um
pequeno número de ligações, o que deu origem à célebre expressão 'seis graus de
separação'.
Essa
ideia foi popularizada na década de 1990 com o texto “Six Degrees of
Separation”, escrito por John
Guare, que teve adaptações para teatro e cinema.
Chamado
de “Mundos Pequenos”, o primeiro experimento para verificar se estamos
realmente separados de outras pessoas por “seis graus”, ou seja, seis pessoas
que estariam ligadas duas a duas, foi proposto por Stanley
Milgram (psicólogo graduado em Yale) em 1967. Por meio de cartas enviadas a
296 voluntários ele verificou um número médio de pessoas de separação entre
dois indivíduos de 5,2.
Com
o passar dos anos chegou a nossas mãos a tecnologia da internet, e com ela o
uso cada vez mais frequentes das redes sociais. Foi então que, há pouco
tempo, o Facebook em parceria com o Yahoo decidiu
testar também a teoria dos mundos pequenos. A dinâmica era muito parecida com a
usada na década de noventa, mas dessa
vez, ao invés de cartas, a ferramenta de pesquisa era feita por mensagens
enviadas via Facebook.
Segundo o blog do
Facebook (http://blog.facebook.com/), este
resultado foi obtido usando ”algoritmos desenvolvidos no Laboratório de
Algoritmos para Web (LAW) da Università degli Studi di Milano, e assim foram
capazes de aproximar o número de saltos entre todos os pares de indivíduos no
Facebook.
Blog do facebook: “Descobrimos que “seis graus” realmente
exagera o número de ligações
entre pares típicos de usuários: Enquanto 99,6% de todos os pares de usuários
estão conectados por caminhos com 5 graus (6 saltos), 92% estão ligados por
apenas 4 graus (5 saltos).
Quando os estudos se concentram em um único país, os pesquisadores descobriram
essa média cai para 3 graus
(ou 3 saltos)”.
Enquanto
a Internet tem conectado as pessoas umas as outras, o Facebook disse que as
redes estão nos ajudando a ficar mais ligados.
O
blog conclui que a distância média entre as pessoas está caindo com o
crescimento das redes sociais. Podemos destacar o crescimento do próprio Facebook, que passou,
no Brasil, de 8,8 milhões ao final de 2010 para 35,2 milhões em dezembro de
2011, uma alta de 298,5% no intervalo de um ano. (http://epocanegocios.globo. com/Revista/Common/0,, EMI287869-16355,00-BRASIL+E+O+ PAIS+COM+MAIOR+CRESCIMENTO+NO+ FACEBOOK+EM.html).
O
Blog ainda diz: “as redes representam uma fração cada vez maior da população
mundial, que se torna cada vez mais conectada, e que se a distância média em
2008 era de 5,28 graus agora é 4,74”.
No
entanto, o blog do Facebook admite diferenças no seu estudo e aquele realizado
por Milgram:“É importante notar que, embora Milgram tenha sido motivado pela mesma
pergunta (quantos indivíduos separam duas pessoas quaisquer?), estes números
não são diretamente comparáveis; seus voluntários tinham conhecimento limitado
da rede social, enquanto nós temos uma representação quase completa de como
funciona a coisa toda (a rede). As medições essencialmente descrevem as
rotas mais curtas possíveis do que aquelas que os voluntários poderiam ter
encontrado”.
Essa
pesquisa mostra que todos podem estar a menos de 5 graus de distância de pessoas
como o mexicano Carlos Slim (o homem mais rico do planeta) ou até mesmo do próprio Mark
Zuckerberg, fundador do Facebook.
São
probabilidades, pense nisso!! Boa semana!
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