Evolução do Seis Sigma - Parte 5
1980: Se o Japão Pode, Por Que Não Podemos?
O
embargo do petróleo levou os líderes de empresas americanas à consciência da presença de
concorrência econômica estrangeira.
Muitos
empresários e técnicos, incluindo toda a equipe da alta direção da Ford Motor
Company, foram visitar a Nashua
Corp, empresa americana que havia prosperado como resultado do trabalho de
consultoria de Deming. Essa
empresa mostrou que a melhoria da qualidade era possível fora da cultura
japonesa.
Com
a renovação do interesse em seu trabalho, Deming começou uma nova carreira aos
79 anos, ajudando os gerentes americanos a entender melhor os conceitos de variação e a importância de se usar
métodos estatísticos. Deming apresentou a muitas pessoas uma esclarecida
visão da qualidade, utilizando apresentações gráficas (o experimento “red
bead”) e pontos-chave fáceis de entender (teoria de gestão dos 14 pontos e
os sete males mortais) durante seus seminários de quatro dias.
Juran criou, em 1979, uma série de fitas de vídeo
intitulada “Juran on Quality Improvement”, focalizando sua atenção
na trilogia da qualidade (planejamento, melhoria e controle) e no conceito de
melhorias em projetos. Nessa época também temos a presença de outros grandes
lideres da qualidade: Armand Feigenbaum, Kaoru Ishakawa, Yoji Akao, Genichi
Taguchi, Dorian Shainin e Shigeo Shingo.
Uma
outra pessoa que deu o recado certo no momento certo foi Philip Crosby, com seu
livro “Quality is Free”. Crosby escreveu sobre um método de melhoria da
qualidade em 14 etapas e apresentou a muitos de nós o conceito de
“Zero-Defeito”, baseado no programa espacial dos Estados Unidos. O livro foi
considerado por muitos gerentes como a receita infalível para o sucesso.
Assim,
nesse momento da história nasce a necessidade de um padrão de definição para a
área da qualidade.
Em
1987, a Organização Internacional de Normalização (ISO), sediada em
Genebra, instituiu uma série de normas para a área da qualidade, que foram
adotadas pela maior parte do mundo industrializado para servir de norma única e
mundial. Baseada inicialmente na norma para sistemas da qualidade BS 5750, a ISO
9000 detalhava os
elementos-chave de boas práticas da qualidade.
A
criação da ISO 9000 ajudou a definir muitos dos elementos ligados às boas práticas da qualidade, mas não
garantiu a boa qualidade do produto ou sua adequação para uso; ela apenas
abordava a questão da coerência no processo.
Através de toda a década de 80, as operações de produção
sediadas nos Estados Unidos continuaram a perder terreno para a concorrência
estrangeira, que melhorava constantemente.
As
empresas japonesas acreditavam na ajuda mútua e na divulgação das melhores
práticas para seus compatriotas, diferente do que acontecia em terras americanas.
Então,
em 1987, o Governo dos Estados Unidos instituiu o Prêmio Nacional da
Qualidade” Malcolm Baldrige”. Esse prêmio é entregue anualmente pelo presidente
e se destina a fornecer uma definição operacional para a excelência
empresarial.
Os
dois aspectos fundamentais do Prêmio Baldrige são a promoção
da divulgação das melhores práticas e o estabelecimento de um referencial
para sistemas da qualidade. A satisfação do cliente deve ser o
principal estímulo para os projetos e as realizações da empresa.
A Motorola ganhou o primeiro Prêmio
Baldrige, uma vez que reconheceu a necessidade de focalizar a melhoria da
qualidade. O prêmio serviu para confirmar que ela já
possuía e aplicava um método de qualidade baseado em métricas e focado no
cliente, que daria origem à atual metodologia Seis
Sigma...
Boa
semana!!
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