FALANDO SOBRE FMEA
Boa tarde!
Passando por aqui para compartilhar o texto de um Master Black Belt muito querido, especialista em treinar pessoas para aplicar a ferramenta FMEA ( ferramenta espetacular para analisar riscos em produtos e processos, especialmente no desenvolvimento de novos produtos/processos).
Vamos aprender um pouquinho?
FMEA e suas Aplicações
Inicialmente vamos falar sobre o que é o FMEA essa ferramenta tão bem divulgada nos meios automotivos.
O FMEA foi desenvolvido final dos anos 40 com o uso pelas
forças armadas americanas com o proposito de identificar falhas nos sistemas
militares americanos e devido aos resultados que proporcionou passou então a
ser utilizado pela NASA no projeto APOLO. Na década de 70 foi a vez da
indústria automotiva e desde então tem amplamente utilizado no desenvolvimento
de novos produtos e processos. O fato de ser uma metodologia que auxilia em
muito na análise e redução de risco o seu uso pode ser expandido para qualquer
segmento de mercado.
O FMEA é uma metodologia de análise de risco que avalia as falhas potenciais de um sistema, produto ou processo e o quão grave são os efeitos dessa falha a partir disso se busca entender os mecanismos (causa) que podem gerar essas falhas e avalia qual a probabilidade de ocorrência dessas causas e com isso se analisa o quanto nossos sistemas são capazes de identificar ou a causa ou o modo de falha. Disso surge o nome do inglês “Failure Mode and Effect Analysis” que em português fica Análise dos Modos de Falha e seus Efeitos.
Dentro desse contexto de análise são definidos três
índices que são:
Índice de severidade:
que pondera o quanto grave são os efeitos de determinado modo de falha;
Índice de ocorrência: O
qual indica o quão grande é a probabilidade de ocorrência das causas desse modo
de falhas causas desse modo de falha;
Índice de detecção: o
qual é utilizado para avaliação dos sistemas de monitoramento e testes com o
intuito de pontuar quão eficaz é esse sistema em termos de capacidade de
detecção.
Nas versões anteriores esses índices eram utilizados para
definir o grau de prioridades de risco chamado de NPR (Número de Prioridade
de Risco) na atual versão do manual do AIAG/VDA FMEA trocou-se o NPR por
uma tabela que determina três níveis de prioridade, sendo eles H (alta), M (média) e L (baixa).
Por
que utilizar o FMEA?
Com a crescente competitividade industrial, o mercado tem
exigido produtos e processos cada vez mais robustos e a custo mais baixo. Isto
traz a necessidade de diminuir a probabilidade desses defeitos acontecerem, no
processo de fabricação e em outros processos, visto que estes defeitos geram
custos de retrabalhos e ou refugos/reclamações internos.
Sabemos que a margem de lucro de um produto hoje em dia é
calculada como:
Margem de lucro = Preço - Custo
É possível perceber que o preço de um produto é ditado
pelo mercado, ninguém irá pagar mais caro para compensar nossos custos, devemos
então trabalhar para redução dos custos e manutenção da qualidade.
Nesse sentido o FMEA é uma ferramenta essencial, uma vez
que identifica os problemas potenciais, permitindo a organização reduzir ou
eliminar esses problemas através de ações bem planejadas tendo na faze de
projeto quanto na fase de processo.
Surge a
questão: como implementar?
O primeiro passo para implementação com sucesso dessa
metodologia é definir a equipe que fara parte das análises.
Um FMEA bem elaborado pode diminuir significativamente a
chance de ocorrência de problemas no processo e consequente no produto e por
conseguinte aumentar nossos lucros.
Com o intuito de atingir esse objetivo todos os setores
da organização estão envolvidos na busca de redução de custo, logo a equipe
deveria ser composta por pessoas com conhecimento de todas as áreas envolvidas.
A quantidade de
pessoas dependerá muito de fatores como complexidade do projeto/processo, prazo
para finalização, recursos destinados ao projeto, etc..
Para que seja alcançado o sucesso que a metodologia traz
alguns pontos são cruciais:
-Comprometimento
da direção: é fundamental que a direção esteja empenhada em direcionar recursos
para eliminação/ redução dos riscos;
- Capacitação do
pessoal envolvido: é fundamental que as pessoas aprendam sobre a metodologia e
se conscientizem que esta metodologia deve ser utilizada para avaliação de
riscos técnicos.
A
criação do FMEA AIAG/VDA
Já por muitos anos o AIAG (Automotive international
Action Group) entidade voltada a desenvolver melhores práticas para indústria
automotiva Americana editava o Manual do FMEA AIAG.
Houve uma aproximação do AIAG com a VDA (Verband der
Automobilindrustrie), que é a entidade Alemã cujo propósito é o mesmo do AIAG e
então editaram em conjunto a mais recente edição do Manual de FMEA a qual
passou a ser chamada de AIAG/VDA FMEA 1ª edição, a qual une os conceitos de
FMEA do AIAG e os conceitos utilizados pelo VDA.
Embora essa seja a mais recente publicação do manual de
FMEA, a organização ainda pode utilizar o manual do FMEA AIAG 4ª edição, enquanto não houver um
pronunciamento do cliente exigindo a atualização para nova edição.
Nesse sentido algumas montadoras já se manifestaram
afirmando que é permitida a utilização dos FMEA´s na nova edição e estipulando a
obrigatoriedade do uso da nova edição a partir de uma determinada data de novos
lançamentos lançamento.
Encontre mais detalhes no
link: https://www.aiag.org/docs/default-source/quality-/oem-deployment-plans-fmea-handbook.pdf
Texto de : Nelson Romanelli.
https://www.linkedin.com/in/nelson-vitor-romanelli-76310621/
Até a próxima!
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